Sempre fui uma pessoa muito maricas, o parto era um momento de medo que me fazia sempre pensar que não iria conseguir.
Durante a gravidez nunca pensei no meu momento do parto, sabia tudo sobre o mesmo, as diferentes fases, os procedimentos, o meu papel e o do R. em cada uma das etapas, mas simplesmente até ao final nunca quis imaginar como seria o meu.
Sempre que a minha cabeça começava a magicar como iria ser, tentava mudar o pensamento noutro sentido.
Tinha uma coisa em mente, o meu papel seria trazer o M. ao mundo o melhor que conseguisse, o meu papel era ajudá-lo na sua viagem.
Escrevo este relato para não me esquecer de nada deste dia, quero reter para sempre tudo o que aconteceu, quero lembrar para sempre o dia em que nasceste:
Era para ser um dia normal, tinha consulta agendada para as 11h para fazer ctg e toque.
Durante a gravidez nunca pensei no meu momento do parto, sabia tudo sobre o mesmo, as diferentes fases, os procedimentos, o meu papel e o do R. em cada uma das etapas, mas simplesmente até ao final nunca quis imaginar como seria o meu.
Sempre que a minha cabeça começava a magicar como iria ser, tentava mudar o pensamento noutro sentido.
Tinha uma coisa em mente, o meu papel seria trazer o M. ao mundo o melhor que conseguisse, o meu papel era ajudá-lo na sua viagem.
Escrevo este relato para não me esquecer de nada deste dia, quero reter para sempre tudo o que aconteceu, quero lembrar para sempre o dia em que nasceste:
Era para ser um dia normal, tinha consulta agendada para as 11h para fazer ctg e toque.
Estava cheia de medo do toque, mas na minha cabeça o M. só iria nascer no fds.
Coincidência ou não, foi apenas neste dia que pusemos as malas e o ovinho no carro.
Fui até às Amoreiras para fazer tempo e esperar pelo R. que me iria acompanhar como sempre à consulta.
Chegámos ao consultório e fizemos o ctg, aguardámos que Drª chegasse para ver o resultado e fazer o toque.
Fomos chamados, quando entrámos a Drª. estava diferente, parecia stressada, pensei que seria por causa de ter chegado tarde (entretanto já eram 12h30), disse-nos que não tínhamos contrações nenhumas, comecei a brincar a dizer que ele não gostava da máquina, porque eu sentia contrações quando não estava ligada à máquina.
Fomos chamados, quando entrámos a Drª. estava diferente, parecia stressada, pensei que seria por causa de ter chegado tarde (entretanto já eram 12h30), disse-nos que não tínhamos contrações nenhumas, comecei a brincar a dizer que ele não gostava da máquina, porque eu sentia contrações quando não estava ligada à máquina.
Mandou-me entrar e despir, calçou as luvas e fez o toque.
Não doeu nada, obviamente é desconfortável, mas tem a ver apenas com pressão e não com dor.
Fez ecografia para ver o peso, 3.680gr e eu continuava a sentir a Drª stressada, perguntei-lhe se aquilo tinha sido o toque ao que ela disse que sim... voltou a calçar as luvas e fez outro toque, semelhante ao primeiro, disse que apesar de não ter dilatação estava com o colo permeável.
Pesou-me 64.9Kg.
Vesti-me e quando cheguei à sala, ela disse que não queria esperar mais, que íamos provocar o parto nesse mesmo dia, porque o ctg mostrava que o M. já não estava confortável, os batimentos tinham desacelarado o que poderia indicar que ele já não estava muito bem na barriga e ela não quis arriscar esperar pelo fds.
Disse que ia ligar para os Lusíadas, que me iria dar qualquer coisa para eu tomar e para eu aguardar lá fora.
Lá fora eu já nem sabia bem o que pensar, ficámos nervosos.
Passados uns minutos ela sai do consultório diz-me para tomar meio comprimido com água e para ir directamente para o hospital que eles já estavam à minha espera e ela iria ter comigo a seguir.
Perguntei se poderia comer, ela disse que sim e que seria a última refeição que faria até ter o M.
Assim foi, fomos até casa muito rapidamente (a nossa casa fica muito próximo do hospital), comemos, tomei o comprimido e levámos algumas coisas que ainda não tínhamos colocado no carro de manhã.
Estava nervosa, muito nervosa.
Chegados ao hospital mandaram-me entrar para fazer novo ctg, fiquei ali cerca de 30 minutos.
Enquanto nos arranjavam um quarto, disseram ao R. para ir ter comigo, ficámos mais 40 / 50 minutos no ctg.
A enfermeira disse que no momento não tinham nenhum quarto disponível, que iríamos para uma sala no bloco de partos e que dali já não iríamos sair sem o M. pediu ao R. para aguardar, que as enfermeiras me iriam preparar.
Enquanto nos arranjavam um quarto, disseram ao R. para ir ter comigo, ficámos mais 40 / 50 minutos no ctg.
A enfermeira disse que no momento não tinham nenhum quarto disponível, que iríamos para uma sala no bloco de partos e que dali já não iríamos sair sem o M. pediu ao R. para aguardar, que as enfermeiras me iriam preparar.
Preparar, significa despir a roupa e vestir a bata, colocar soro e ligar novamente o ctg.
Quando o R. chegou já eu estava com a minha bata verde, deitada na cama ligada ao ctg e com soro na veia.
Perguntei à enfermeira se não havia problema de estar maquilhada, com as unhas pintadas (pedi desculpa, mas disse que tinha sido tudo muito rápido sem ninguém estar a contar) ela disse que não havia problema nenhum.
Assim estivemos, a ouvir música, na conversa , a ir à casa de banho, a ver o monitor do ctg, sem nenhuma dor, sem nada de nada.
A minha médica chega ao hospital , fiquei super contente de a ver mas estranhei ser tão cedo, pelas minhas contas pensei que o M. fosse nascer por volta das 2h/4h da manhã, até avisámos os nossos pais de que provavelmente iria demorar.
A médica perguntou se tinho dores, não tinha nada de nada.
18h
A médica entra no quarto com uma enfermeira, pede a arrastadeira e colocam-na debaixo de mim e eu pensei mas eu não quero fazer nada, senta-se aos meus pés e a enfermeira fica do meu lado esquerdo e pede para eu lhe dar a mão, ela tirou uma espécie de agulha de crochet e eu fiquei banzada !!!! mas não, mais uma vez não é uma questão de dor, mas sim de pressão.
Rebentaram-me as águas.
O R. assistiu a tudo e ficou a pensar que me tinham magoado, mas não, não doeu foi mais o susto.
A partir daqui sim, fiquei com contrações, a minha mãe foi-me ver e nessa altura a médica entrou calçou as luvas e fez-me outro toque, às tantas uma pessoa já nem sabe a quantas anda se doi se não doi, este também acho que não doeu , mas ajudou-me bastante porque já estava com 2.5cm de dilatação o que permitiu que levasse a epidural.
19h30
Epidural, nada a acrescentar, tudo pacífico levamos uma anestesia antes e depois levamos a epidural que no meio daquilo tudo não é nada, o difícil é que já estamos com contrações fortes e custa-nos estarmos quietas.
A partir daqui são cerca de 10 minutos até atingirmos o céu, não sei se é por causa de passarmos de uma situação de dor intensa para uma situação sem dor, a verdade é que pensei que estava no céu, até me sentia meio zonza ( apesar da epidural afectar apenas a parte de baixo do corpo) sentia-me tão bem que dizia ao R. que até me apetecia chorar de tão bem que estava!!!
Sabia que a epidural tem 2h de duração e que se precisasse de reforço devia pedir, mas a minha médica não queria que eu estivesse sobre o efeito da epidural durante a expulsão para conseguir ajudar e fazer força.
Sabia que a epidural tem 2h de duração e que se precisasse de reforço devia pedir, mas a minha médica não queria que eu estivesse sobre o efeito da epidural durante a expulsão para conseguir ajudar e fazer força.
Durante todo o processo de trabalho de parto, eu tremia como se não conseguisse controlar o meu corpo.
A partir daqui não sei bem as horas a que as coisas foram decorrendo, a médica foi entrando e vendo a dilatação, lembro-me de estar com 5cm, depois logo a seguir 8cm e depois ela disse para eu começar a fazer força se me apetecesse.
Entrou uma enfermeira a pedir as roupas do M. para as aquecer e eu fiquei a olhar para ela...já?! mas vai ser já?!
A minha médica entra na sala e disse, vamos a isto vamos começar o parto, e parecia um festival dentro da sala, pessoas a entrar e a sair , a cama transforma-se, perneiras , apoios para as mãos protecção para as pernas e aí vamos nós.
Não sei a que horas começou esta parte, comecei a fazer força, ao princípio no sítio errado depois no sítio certo e o M. começou a descer, a médica deixou o R. ver de frente algumas partes.
O R. foi impecável sempre ao lado a ajudar, a incentivar , a apoiar !
Começou a dizer está quase aqui, faça força, já estou a ver a cabeça.
Mas eu já estava a ficar cansada, não estava a conseguir e de repente vejo a médica a abrir um bisturi...
Pedi por favor deixe-me tentar mais uma vez... eu consigo!! palavras de desespero =) aqui já estava um pouco descontrolada!
Ela disse que me dava uma última oportunidade, mas não consegui e então teve que ser através de fórceps.
Lembro-me de chorar e deitar a cabeça para trás, estava cansada , exausta.
E de repente sinto que me estou a partir ao meio, uma pressão enorme e saiu a cabeça, o cordão estava à volta do pescoço, por isso o R. não o cortou.
A enfermeira pergunta se o quero no meu peito e começa a tirar-me a bata.
Saem os ombros e de repente a famosa frase:
21h16m.
Puseram-no em cima de mim e só conseguia chorar e ouvir o R. dizer : Ele é lindo amor! É lindo!
As minhas primeiras palavras foram: eu não acredito, eu não acredito, isto é um milagre!
Depois de tudo isto o normal: os pontos e depois o recobro onde o M. mamou pela primeira vez.
Só queria ir para o quarto, para ir ter com o R. e com os meus pais e irmã, parecia que as horas nunca mais passavam.
Quando saímos para o quarto tínhamos a família à nossa espera, de lágrimas nos olhos!
Nunca esquecerei estes momentos.
Diz-se que nos dias seguintes ao parto, revemos os momentos todos e é mesmo verdade, ainda hoje revejo este dia, este dia maravilhoso.
A primeira noite a três foi maravilhosa, dormi de mão dada com o M. sempre a olhar para ele, parecia-me impossível ele estar ali.
16 Novembro
Durante a manhã fiz o levante, que implica com ajuda da enfermeira, levantarmo-nos e tomarmos um banho.
Parecia-me estar tudo bem e a enfermeira foi-se embora, de repente caí para o lado.
Só me lembro de olhar para as minhas botas e para o chão e pensar, mas onde é que eu estou?! Nem me lembrava que estava no hospital.
Durante este dia tive mais algumas quebras de tensão, mas tudo normal.
Durante este dia recebemos muitas visitas, o M. foi pesado, medido e foi visto pelo neonatologista que lhe fez os exames dos reflexos e tomou o seu primeiro banho.
Recebi duas alianças que o R. me deu, uma com o nome do M. e outra com o meu, para juntar à aliança de casamento.
Recebi também dos meus pais um fio com um brilhante, para representar a nova estrela da minha vida
Ao final do dia a minha médica passou lá e deu-me alta para o dia seguinte.
Yeahhh! Íamos para casa, finalmente!
Estava ansiosa de ir para casa.
17 Novembro
Estar no hospital é : entrarem no quarto mil médicos, enfermeiros e auxiliares a toda a hora!
Começámos com a enfermeira da neonatologia, para saber se estava tudo bem, pesar o M. dar-lhe duas vacinas. (uma delas ele chorou muito e por incrível que pareça também chorei! Pedi desculpa à enfermeira e disse que normalmente não sou assim, mas que devia ter as minhas hormonas todas alteradas!)
Médica obstetra, para ver a mãe ( e as maminhas da mãe!)
Neonatologista para dar a alta ao bebé.
A Maria auxiliar que esteve connosco durante a nossa estadia e que foi a pessoa que me levou para o bloco quando fiz a minha punção =)
À hora do almoço estávamos despachados, íamos finalmente para casa.
Os meus pais foram ajudar-nos e chegámos a casa.
WE ARE FAMILY!
A partir daqui não sei bem as horas a que as coisas foram decorrendo, a médica foi entrando e vendo a dilatação, lembro-me de estar com 5cm, depois logo a seguir 8cm e depois ela disse para eu começar a fazer força se me apetecesse.
Entrou uma enfermeira a pedir as roupas do M. para as aquecer e eu fiquei a olhar para ela...já?! mas vai ser já?!
A minha médica entra na sala e disse, vamos a isto vamos começar o parto, e parecia um festival dentro da sala, pessoas a entrar e a sair , a cama transforma-se, perneiras , apoios para as mãos protecção para as pernas e aí vamos nós.
Não sei a que horas começou esta parte, comecei a fazer força, ao princípio no sítio errado depois no sítio certo e o M. começou a descer, a médica deixou o R. ver de frente algumas partes.
O R. foi impecável sempre ao lado a ajudar, a incentivar , a apoiar !
Começou a dizer está quase aqui, faça força, já estou a ver a cabeça.
Mas eu já estava a ficar cansada, não estava a conseguir e de repente vejo a médica a abrir um bisturi...
Pedi por favor deixe-me tentar mais uma vez... eu consigo!! palavras de desespero =) aqui já estava um pouco descontrolada!
Ela disse que me dava uma última oportunidade, mas não consegui e então teve que ser através de fórceps.
Lembro-me de chorar e deitar a cabeça para trás, estava cansada , exausta.
E de repente sinto que me estou a partir ao meio, uma pressão enorme e saiu a cabeça, o cordão estava à volta do pescoço, por isso o R. não o cortou.
A enfermeira pergunta se o quero no meu peito e começa a tirar-me a bata.
Saem os ombros e de repente a famosa frase:
21h16m.
Puseram-no em cima de mim e só conseguia chorar e ouvir o R. dizer : Ele é lindo amor! É lindo!
As minhas primeiras palavras foram: eu não acredito, eu não acredito, isto é um milagre!
Depois de tudo isto o normal: os pontos e depois o recobro onde o M. mamou pela primeira vez.
Só queria ir para o quarto, para ir ter com o R. e com os meus pais e irmã, parecia que as horas nunca mais passavam.
Quando saímos para o quarto tínhamos a família à nossa espera, de lágrimas nos olhos!
Nunca esquecerei estes momentos.
Diz-se que nos dias seguintes ao parto, revemos os momentos todos e é mesmo verdade, ainda hoje revejo este dia, este dia maravilhoso.
A primeira noite a três foi maravilhosa, dormi de mão dada com o M. sempre a olhar para ele, parecia-me impossível ele estar ali.
16 Novembro
Durante a manhã fiz o levante, que implica com ajuda da enfermeira, levantarmo-nos e tomarmos um banho.
Parecia-me estar tudo bem e a enfermeira foi-se embora, de repente caí para o lado.
Só me lembro de olhar para as minhas botas e para o chão e pensar, mas onde é que eu estou?! Nem me lembrava que estava no hospital.
Durante este dia tive mais algumas quebras de tensão, mas tudo normal.
Durante este dia recebemos muitas visitas, o M. foi pesado, medido e foi visto pelo neonatologista que lhe fez os exames dos reflexos e tomou o seu primeiro banho.
Recebi duas alianças que o R. me deu, uma com o nome do M. e outra com o meu, para juntar à aliança de casamento.
Recebi também dos meus pais um fio com um brilhante, para representar a nova estrela da minha vida
Ao final do dia a minha médica passou lá e deu-me alta para o dia seguinte.
Yeahhh! Íamos para casa, finalmente!
Estava ansiosa de ir para casa.
17 Novembro
Estar no hospital é : entrarem no quarto mil médicos, enfermeiros e auxiliares a toda a hora!
Começámos com a enfermeira da neonatologia, para saber se estava tudo bem, pesar o M. dar-lhe duas vacinas. (uma delas ele chorou muito e por incrível que pareça também chorei! Pedi desculpa à enfermeira e disse que normalmente não sou assim, mas que devia ter as minhas hormonas todas alteradas!)
Médica obstetra, para ver a mãe ( e as maminhas da mãe!)
Neonatologista para dar a alta ao bebé.
A Maria auxiliar que esteve connosco durante a nossa estadia e que foi a pessoa que me levou para o bloco quando fiz a minha punção =)
À hora do almoço estávamos despachados, íamos finalmente para casa.
Os meus pais foram ajudar-nos e chegámos a casa.
WE ARE FAMILY!
Parabéns querida! Emocionei-me a ler o teu post!! Deve ter sido mágico e único esse momento! Agora disfruta todos os momentos a 3.
ResponderEliminarMuitas felicidades e tudo de bom.
beijocas
emocionante e bonito! Parabens Mamã! beijinhos
ResponderEliminarTambém devo ter as minhas hormonas alteradas, porque normalmente não me acontece, mas fiquei muito emocionada com o teu relato.. Uff, espero que a chegada do L. seja assim mágico e inesquecível! Parabéns à happy family :) e o Tomás??
ResponderEliminarObrigada pelos comentários =).
ResponderEliminarO Tomás conheceu o M. no outro dia, mas não lhe ligou nenhuma =) lol, cheirou o berço e o R. levantou-o para ele o ver, mas não fez uma grande festa, acho que não percebeu bem. Bjinhos
Eu já apresentei o Lucas ao Tristão.. Ele vem e cheira a barria mas depois vai à vida dele.. Também acho que não está nem aí :) beijinhos para todos..
ResponderEliminarOlá minha querida,
ResponderEliminarAndava em pulgas pra ter um bocadinho pra te vir dar os parabéns!Já imaginava que por esta altura o M já tivesse nascido...
O teu relato é extraordinário! Ainda bem que correu tudo bem. :)
Beijinhos
Obrigada! Beijinhos para vocês!
ResponderEliminarComo estão? Já passaram a fase das cólicas?
Espero que sim.
Bjinhos nossos