7 de junho de 2013

Não é fácil

A semana não tem sido fácil e terminou hoje comigo a chorar, a bom chorar.
Não tem sido fácil.
Eu sei que é a adaptação e que com tempo as coisas vão ao sítio, mas parece muito mais fácil falar do que realmente o é.
Tentar trabalhar e estar com o M. é uma aventura: entreter, adormecer, alimentar, limpar e nos intervalos, pensar, mas nestes intervalos em que quero trabalhar já estou stressada porque realmente tenho que produzir trabalho.
É maravilhoso ter o meu tempo e sei que sou uma sortuda, não me estou a queixar! (até estou mas ... também me faz falta) e sinto-me mal por estar a escrever isto.
Esta semana reuni com uma colega e amiga:
Chegou pegou no M. blá blá blá e fomos para a reunião.
O M. estava um bocadinho mariquinhas porque tinha levado 3 vacinas no dia anterior e então eu passei a reunião a abanar, a pegar nele, com os olhos postos nele e a dar atenção à conversa... até aqui nada de novo, não foi a primeira vez e não será a última!
Ouvi a apresentação da empresa, coloquei as minhas questões, apresentei os projectos para obter os orçamentos e no fim veio uma frase que me deixou gelada... E tu, agora tens uma vidinha santa!?
Vidinha santa, é isto que as pessoas julgam que é a minha vida! lindo...
Esquecem-se que eu levanto-me à mesma hora que elas, trato do M. dou-lhe leite, visto-o , saio com ele e com toda a tralha ( mala do M. , computador, minha mala) ponho o M. ao colo e aí vamos nós para o atelier.
Ando com as costas fetas num oito... como a entrada do atelier tem escadas, deixo o carrinho no carro e percorro o que for preciso com toda esta tralha, chego ao atelier e como estamos a recomeçar os mails não são assim muitos, mas há reuniões para marcar e sempre coisas para desenhar ( tenho uma obra em curso, uma obra a iniciar com um prazo de execução de um mês, uma obra que espero conseguir ganhar e para isso tenho que trabalhar MUITO, ler muita legislação porque é uma área diferente da que estou habituada a trabalhar, fora os trabalhos de design que estão pendentes e que vamos acompanhando).
Tudo isto não aparece feito, tenho que pensar, imaginar, tentar e desenhar e desenhar e desenhar!!!
No meio disto tenho o M. aos guinchinhos (normais nesta fase em que está a testar a voz!) e não quero que incomode os nossos vizinhos (partilho atelier com mais 4 empresas) então vou cantando e falando com ele, levanto-me e sento-o no parque, dou-lhe água, brinco um bocadinho com ele, deito-o no tapete, coloco-o na espreguiçadeira, dou-lhe o lanche e mudo-lhe  a fralda.
Quando o coloco a dormir tenho ali uma janela de tempo que me permite trabalhar mais descansada, mas mesmo assim é uma hora ou no máximo hora e meia.
O dia de ontem foi para ficar de nervos em franja e o de hoje também.
Hoje tinha uma reunião com um cliente, que estava inicialmente combinada para a semana, mas ele quis que fosse hoje, então tive que ir ver o terreno para confirmar umas medidas e lá fui eu com o minimeu, que entretanto tinha que comer e a meio do caminho tive que parar na bomba de gasolina... qual não é o meu espanto quando abro a mala dele e estava toda molhada porque a garrafa de água tinha ficado mal fechada e fiquei com tudo molhado, babetes, muda fraldas, fraldas...
Conclusão, não consegui desenvolver o trabalho o suficiente e desatei a chorar!
A minha tolerância é menos zero para qualquer imprevisto  que apareça.
Sinto-me um trapo.
A minha vida apesar de ser a possível, está longe de ser perfeita e muito menos santa e calma como aparentemente as pessoas a julgam.
Não preciso que julguem que sou uma super-mulher, ou que a minha vida é um sofrimento, mas daí a pensarem que se faz isto com uma perna às costas...
Obviamente a pessoa não fez por mal, até porque não tem filhos e isso sim faz toda a diferença, mas atingiu-me numa altura em que estou mais sensível.
T

5 comentários:

  1. As pessoas gostam disso: falar do que não fazem nem ideia. Mas em relação a este assunto e a todos os outros. Caladinhos é que ficavam bem. Não ligues. Tu és superior a esses comentários da treta.

    Bjo* e bom fim-de-semana

    ResponderEliminar
  2. O problema foi mesmo esse. Quando estamos sensíveis, prestes a explodir qualquer observação ou reparo por mais inocente que seja é a gota de água...
    Dá lhe a importância que merece. Pouca, uma vez que nem tendo filhos não sabe do que está a falar.
    Beijos

    ResponderEliminar
  3. Querida T pois se te apeteceu chorar, pois é isso mesmo, chora!(não serás a única)
    Sei bem o que é saír de casa com a minha mala, a mala do L, o portátil, a mala do desporto e às vezes o Tristão. Pareço uma burra de carga. A minha diferença é que eu deixo o L com os meus pais que têm sido incansáveis, porque é IMPOSSÍVEL trabalhar com um bebé. É só isso que precisas de saber: é impossível trabalhar, atender telefones, estar atenta a mails e responder sem te enganares, não baralhares (no meu caso orçamentos, marcar reuniões e teres um garoto lindo e fofinho mas que precisa de atenção. Por isso não és tu que não és capaz, não dá mesmo! E eu também sou a prova disso.
    Beijinho grande aqui da malta

    ResponderEliminar
  4. Oh minha querida T! Lamento imenso que te estejas a sentir assim, imagino que seja extremamente difícil conciliar tudo eu Às vezes dou em doida com o T e nem estou a trabalhar qt mais se tiver a cabeça a 1000 com 1001 coisas pra fazer ao mesmo tempo.
    Não há mesmo hipótese de os vossos pais ficarem com ele nem que seja só manhãs ou tardes ou uns dias por semana?
    Assim ficavas mais liberta e de certeza que adiantarias muito mais trabalho.
    Sei que não nos conhecemos (às vezes parece que sim! :) ), mas se precisares de ajuda tás à vontade. Quem cuida de 1 cuida de 2.
    Chora quando tiveres de chorar e pede ajuda senão ainda arranjas praí uma depressãozita!
    Beijinhos grandes

    ResponderEliminar
  5. ;) obrigada pelos vossos comentários , acho que as coisas começam a normalizar.
    Mas até Setembro , altura em que o M. Vai para a creche, as coisas vão ter que funcionar assim.
    Bjinhos nossos

    ResponderEliminar