27 de junho de 2012

Do nosso segredo


Querido Mateus,
Este é um segredo nosso, mas no fundo sempre soube que serias tu a chegar devagarinho e a entrar na minha vida.
Não sei explicar porquê, mas quando era pequenina nas minhas brincadeiras, era arquitecta, tinha sempre um único filho rapaz e  não tinha marido. Esta recordação tão presente, traz-me hoje muito desconforto e insegurança, de tal forma que choro dia sim, dia não, dia e noite, sim eu sei que também são as hormonas que não nos deixam em paz, mas o medo de ficar sozinha contigo é muito grande.
Vamos ver e esperar que um dia tenhas um irmão ou irmã que contrarie esta história que não me sai da cabeça.
Tenho muita coisa para te dizer, sonho com o dia e o momento em que os nossos olhos se irão cruzar, com o teu cheiro e o toque da tua pele de bebé, sei que vai correr tudo bem, sei também que nos esperas ansioso.
Espero sempre estar à altura, a verdade é que não sei ser mãe e espero que a natureza me guie, me ensine e me dê a calma necessária para aprender ao meu ritmo.
É uma grande responsabilidade que temos nas mãos, mas não temo pelo papá que tem uma grande capacidade de reacção e de adaptação, tenho medo por mim, de não conseguir alguma coisa, não aquelas coisas práticas das fraldas e dos biberãos, que isso mais coisa menos coisa vamos lá, mas de coisas mais importantes  como te passar o amor e o respeito.
Tive uma mamã como não há igual e sei que se conseguir dar-te metade de tudo o que tive,  que vais ser feliz.
T

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